SÍNTESE HISTÓRICA DO GRITO



       A origem do Grito Nativismo Gaúcho de Jaguari insere-se no próprio contexto histórico do movimento dos festivais do RS.
         Atraídos pelo sucesso de outros eventos do gênero e tangidos pela forte mobilização cultural dos mesmos, alguns jaguarienses idealizaram um festival nativista, a exemplo de outros, para Jaguari.
         Por que Jaguari não pode ter o seu próprio Festival?
         Sempre atento às programações culturais, iniciando sua caminhada como compositor Telmo Paulo Flores incentivador e apreciador do nativismo, começou a encontrar as respostas para essa pergunta que trazia consigo. Conforme ele, o ponto de partida foi reunir amigos influentes da sociedade jaguariense para discutirem a proposta de realizarem um evento dessa natureza. Daniel Lena Marchiori, Silvio Bertoncheli, Felice Taschetto, João Damásio Cattelan, entre outros, participaram das reuniões realizadas nas dependências da Rádio Jaguari e, por acreditarem nesta idéia, fizeram fecundar esta semente.
          O festival estava idealizado e o esforço desse grupo precisava ser ouvido mais longe um grito que ecoasse na imensidão. Assim, a palavra “Grito” emprestou sentido às idéias dos organizadores originando o nome do festival que foi denominado Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari. Graças ao apoio de toda a comunidade o festival deslanchou e, está aí hoje, como um dos maiores do Estado.
     Para por em prática este projeto foi criada em 1986 a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari, responsável pela organização do evento: Neste sentido, o grupo contou com apoio e experiência de personalidades do nativismo gaúcho: Jaime Brum Carlos e Oristela Alves Schuck. Este Intercâmbio foi fundamental para realização de um bom festival, que logo se tornou grande, tanto em organização como em qualidade poético-musical.
       Além dessa estrutura e do esforço da comunidade, a grandeza do Grito é caracterizada pelo ecletismo que lhe é peculiar. O festival sempre soube abrir tanto para a música campeira como para a música mais projetada.
         No palco do Grito, convivem, democraticamente, todas as formas de manifestações da música sul rio grandense. O festival aceita trabalhos em qualquer das tendências que dominam o movimento nativista do RS levando em conta somente à qualidade dos mesmos. Sem romper com as nossas origens rurais, nos aproximamos da realidade de um estado urbanizado e contemporâneo, valorizando, ainda mais, a nossa cultura como um todo.
          Em sua primeira edição, o Grito foi presidido por Daniel Lena Marchiori e realizou-se em janeiro de 1987, no Saião Paroquial de Jaguari. Nela consagrou-se como uma espécie de hino para os jaguarienses à canção vencedora “Caminhos de Jaguari”.
        Com a conclusão das obras do Ginásio Municipal de Esportes, hoje denominado “Daniel Lena Marchiori”, o evento, a partir da sua segunda edição, foi realizado no “Ginasião” até a sua sétima edição. Com um local mais amplo para acolher o público, o festival foi ganhando uma projeção em nível de Estado. Quem presidiu o Grito em seu segundo ano foi João Damásio Cattelan, contando com a coordenação geral de Telmo Paulo Flores. No 3º, 4° e 5.° Grito do Nativismo teve como presidente Edison Bedin, enquanto o 6º e 7º (último a ser realizado no Ginasião) foram presididos por Antônio Carlos Boeira e Marilene Nadalon Bertoncheli, respectivamente. Ano a ano o festival foi melhorando se estruturando e crescendo em todos os aspectos, despertando assim um grande interesse entre os compositores, músicos e imprensa de todo o Estado. A visita dos organizadores a outros eventos possibilitou uma importante troca de experiências que permitiu a consolidação do Grito como um grande festival. Esta maturidade comprovou-se no 3º Eco dos Festivais de Tramandaí quando a vencedora da 5ª edição, a composição “Terra e Gente” de Mauro Moraes foram apontadas pelos jurados como a melhor música dos festivais nativistas do RS, no ano de 1991. Presidido por Antônio Carlos Jordão, o 8.° Grito de Jaguari abriu um importante leque para as inovações. O festival passou a ser realizado no Clube de Caça e Pesca de Jaguari (CAPEJAR), local aprazível para a época do evento.      Deu-se continuidade à realização de espetáculos para “todos os gostos”, reafirmando uma perfeita integração entre música e cultura. Os compositores locais ganharam um espaço para suas composições concorrerem juntamente com as demais classificadas. Uma enorme lona cobriu uma considerável área às margens do rio Jaguari, belo por sua natureza e atraente pela hospitalidade da gente jaguariense. O sucesso alcançado garantiu para janeiro de 1995 a realização da nona edição, presidida por Gentil Campara que, buscando referências nas edições anteriores, ousou ainda mais, projetando um festival com características mais abrangentes. Atendendo o desejo do público mais jovem, o festival realizou um espetáculo especial com o grupo Nenhum de Nós (rock). Em sua 10ª edição, o Grito inova mais. Presidido novamente por Gentil Campara cria-se um espaço para a sua realização nas dependências do CAPEJAR, onde se construiu uma pista aproximadamente  de 500 metros quadrados que servirá para a realização dos bailes no interior de uma área plana, que abrigará as duas lonas, aumentando a capacidade de público nas quatro noites em que se realizará o evento. A partir deste ano o Grito de Jaguari abriu espaços para a música instrumental.
          Na 11ª edição, o festival foi presidido por Orestes Bolzan Bertoncheli que, juntamente com a comissão organizadora, buscam aperfeiçoar a estrutura do Festival atendendo as mais diversas necessidades. Um dos itens mais positivos foi à contratação de uma equipe de segurança para atender a demanda do festival. As composições classificadas nesta edição foram gravadas em CD, bem como o registro da música “Caminhos de Jaguari”, só instrumental, com arranjos do maestro Daniel Morales.
           A 12ª e 13ª edição foram presididas por Eudo Caltegaro Tambara, que preocupado com o crescente aumento de público e segurança em dias de chuvas, pretende realizar a construção de um galpão de eventos junto ao CAPEJAR. Foi eliminada, nesta edição, a participação de música instrumental.
          Na 14ª edição, novamente presidida por Eudo Tambara,o pavilhão foi ampliado, alcançando 3.500 m de área construída. Dessa forma o acesso e a comodidade do público melhorou e JAGUARI passou a ter um importante espaço para os diferentes eventos pro movidos no município.
          Na 15ª edição, presidida por Joceli Antônio Salin, consolida-se a parceria entre Associação Cultural e Tradicionaista de Jaguari e o Clube de Caça e Pesca de Jaguari, ocasionando assim a ampliação do espaço, tornando-se também a sede da Associação, além de proporcionar um melhor atendimento aos participantes com alimentação em restaurante localizado no próprio Pavilhão de Eventos.
         Na 16ª edição novamente presidida por Joceli Salin, o Pavilhão de Eventos continua recebendo melhorias visando a melhor acomodação do publico e dos Participantes. O Grito consolida-se no cenário dos festivais.
          O 17.° Grito Presidido por Eudo Tambara foi realizado em caráter excepcional. Em função do episódio que ficou conhecido como o “caso do bugio”, em que em função de um bugio encontrado morto nas margens do rio, Jaguari foi considerado área de risco de contágio da febre amarela. Como a pré-seleção já havia sido feita, o CD foi gravado e o Festival foi transferido para o mês de agosto de 2003 e realizado junto a FEICOAGRO. às músicas foram apresentadas e os jurados definiram a premiação.
        O 18.° Grito do Nativismo foi presidido por Eudo Callegaro Tambara. O Festival retorna a sua data tradicional, ou seja, no terceiro final de semana de janeiro. Em sua maioridade, o Grito firma-se no Cenário dos festivais como um dos maiores eventos do gênero no Estado.
        Na 19ª edição foi presidida por Joceli Antonio Salin. O Fetival foi considerado um dos maiores de nosso Estado. Muitas pessoas passaram pelo pavilhão do Grito.
         Passaram-se alguns anos sem a realização do festival, mas um grupo de pessoas se reuniu novamente e resolveram enfrentar as dificuldades e buscar o retorno do Grito. Tudo organizado para a realização do 21º Grito quando na semana uma inesperada enchente inundou o CAPEJAR e o pavilhão onde se realizaria o mesmo. No mês de agosto o tão esperado Grito aconteceu com a participação de um número expressivo de público. Nesse Festival o Presidente foi o senhor Valdecir Cristofari.
          Neste ano de 2012 o grupo resolveu fazer uma parceria direta com o CAPEJAR onde decidiram que o mesmo seria o Produtor Cultural e que a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari seria extinta. Então, o Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari foi substituído por GRITO 2012 que será presidida pela Professora Maria Helena Callegaro. O GRITO 2012 tem incentivo do Governo do Estado e pelo Pró - Cultura do RS, também conta com o apoio da Câmara de Vereadores e da Prefeitura Municipal de Jaguari.